Gabriel Bonz · Resenha Pop

mother! (2017): pancadas

A mais nova polêmica do cinema gira em torno do filme mother! do aclamado diretor Darren Aronofsky. Estrelado por Jennifer LawrenceJavier BardemMichelle PfeifferEd Harris e os irmãos Gleeson, é um filme-arte, niilista e com uma proposta cinematográfica bastante intensa e diferente. Dentro da filmografia do diretor, esse filme se aproxima estilistacamente mais de suas obras-primas (Réquiem for a DreamCisne Negro), mas, tematicamente, se aproxima de NoéFonte da Vida.

Mas, o que é mais importante nesse filme são as pancadas que ele insiste em te dar desde o começo.

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Filmes · Juliana Zanezi · Músicas · Resenha Pop

Em Ritmo de Fuga (2017): Edgar Wright ganha o grande público!

Baby Driver (Em Ritmo de Fuga, no Brasil) foi uma pequena surpresa agradável, trazendo uma mistura de comédia, drama, romance e ação. Alguns elementos em justa medida, outros nem tanto, mas Wright consegue apresentar um espetáculo visual e musical divertido e cativante, com um elenco de peso e carisma indiscutível. Eu sinceramente fiquei louca de vontade de ver o filme assim que saiu o trailer sensacional. Kevin Spacey foi um grande atrativo, falo a verdade. Jamie Foxx? Igualmente. Mas sabe aquela expressão “expectativa que mata”? Então, é complicado. O filme não chega a ser decepcionante, mas sim, eu esperava um pouco mais de alguns pontos.  No geral, é adoravelmente divertido e cativante. Sendo o único filme desse ano que estreou no Brasil com 100-99% no Rotten Tomatoes, digamos que criei algumas expectativas e nem todas foram atendidas. Vamos á analise?

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Filmes · Gabriel Bonz · Resenha Pop

O Filme da Minha Vida (2017): quando um filme conversa contigo

Alguns dias da semana eu estou numa bad violenta. Nesses dias poucas coisas conseguem me animar, e a ansiedade e a angústia dominam o meu ser de uma maneira bastante difícil de lidar. Afinal, lidar com essa ansiedade e essa angústia envolve lidar com demônios particulares que, sinceramente, não tenho muita vontade de remexer com eles – muito menos sozinho.

Daí eu vou no cinema sozinho pra tentar esquecer os meus problemas nos problemas – ou então nas simples histórias – que a sétima arte tem a me proporcionar. E, quando fui assistir O Filme da Minha Vida, do diretor Selton Mello, era basicamente isso que eu tinha em mente: esquecer a ansiedade e a angústia. E esse filme me inspirou um pouco mais aquele dia.

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Ensaios · Gabriel Bonz · Séries

O homo supremus de One Punch Man e sua consequência entediante

Algumas coisas são importantes para conduzí-los pelo meu texto de hoje: primeiro, eu não sou nada fã de animes e/ou mangás. Não tenho nada contra, mas simplesmente não me apetece tanto quanto as HQs americanas ou até as europeias. Segundo, eu apenas assisti o anime de One Punch Man, não acompanho o mangá – portanto, só falarei sobre o anime disponível na Netflix.

Por fim, mas o que é principal: tenho um enorme interesse nas definições filosóficas que os homens dão a si mesmo. Desde as mais famosas, como o homo ludens de Huizinga ou o homo sacer do Agamben, até algumas que eu mesmo “criei” pra facilitar o entendimento de certos pensamentos – o homo materialis de Marx ou o homo otarius de Zizek. E, as vezes, eu acabo aplicando isso às séries e filmes que assisto – principalmente quando essas séries/filmes têm como plot a criação de um (arque)tipo.

E One Punch Man faz isso indiretamente.

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Escritores · Gabriel Bonz · Resenha Pop · Séries

Stranger Things: um estudo de caso histórico

Essa é a minha primeira Resenha pro Resenha Pop. E sobre uma série que eu paguei minha língua: falei mal no Prêmio Paideia de Stranger Things, pois eu realmente não sou nada fã das coisas produzidas nos anos 80 pelos Estados Unidos. O fim da Guerra Fria e toda o fim da paranoia militar americana, a solução de problemas através das conspirações e tudo o mais. Porém, a série é perfeita em retratar todo esse clima.

Eu ousaria dizer mais: pode servir como um baita estudo de caso histórico e defenderei isso durante a Resenha, também mostrando os pontos positivos da saga.

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Ensaios · Geral

O não-reflexo do vampiro: ser vampiro é utopia ou maldição?

Esta é a segunda parte de um “texto-maior” que contém três partes: uma introdução (onde será postado o texto integralmente também, que você pode acessar clicando aqui), um primeiro ensaio filosófico metafísico e um segundo ensaio, estudando alguns casos que podem nos levar a um “percurso do vampiro” na filosofia pop pós-anos 80.

Neste ensaio, trarei algumas reflexões sobre a lenda do vampiro enquanto tal: um ensaio de tópicos mitológicos e suas possibilidades de análise filosóficas. Trarei exemplos de vampiros da cultura pop, e vampiros da cultura tradicional e do folclore, conforme forem se encaixando nos exemplos. Já refuto a primeiro objeção: este não é um estudo de caso, e sim um ensaio sobre o Vampiro como algo transcendental ao homem. Estou sendo junguiano e admito.

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Filmes · Juliana Zanezi · Resenha Pop

Homem-Aranha: Homecoming: a nova face do Aranha inserido no UCM, por Juliana Zanezi

O Cabeça de Teia nunca foi tão legal nas telas de cinema. Realmente, dessa vez não tem como negar que Spidey ganhou uma cara nova completamente diferente de seus anteriores. Homecoming em si é divertidíssimo, interessante e lotado de referências à cultura pop: este é o Peter mais jovem já escalado (o que foi alvo de grandes desconfianças dos mais críticos) – e não decepcionou. Com apenas 15 anos, ele é jovem, tímido e com problemas mundanos adolescentes. E isso foi genial: deu pra sentir um Peter palpável, que sofre bullying, que tem um “crush”. Ok, mas antes a gente já tinha tudo isso, né? É… Mais ou menos. O que sempre faltou a Tobey Maguire foi carisma, o bom humor, o frescor jovem e a presença em tela. Já para Andrew Garfield, faltava sal, faltava açúcar… Faltava tudo! Era um menino sem graça.

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Filmes · Juliana Zanezi · Maristela Aiko

Mulher-Maravilha: Quando a indústria cultural descobre as mulheres poderosas, por Juliana Zanezi e Maristela Aiko

Ultimamente temos visto inúmeras publicações, críticas e resenhas extremamente positivas e felizes sobre o filme da maior heroína de todos os tempos, Mulher Maravilha. O filme – sucesso absoluto de bilheterias – conta com um elenco com certa experiência em blockbusters, efeitos visuais deslumbrantes, sequências empolgantes e uma fotografia belíssima, com grande variação na paleta de cores, o que torna a cinematografia bela. Claramente, o que chama atenção neste filme é justamente ser o primeiro grande* do segmento a ser solo de uma heroína: os filmes com protagonismo exclusivamente masculinos são majoritários e, mesmo com “side-kicks” e companheiras fortes, os moços tem o centro do holofote. Então agora teremos uma protagonista feminina empoderada? Calma lá, não foi bem assim. Explicaremos.

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Filmes · Juliana Zanezi · Resenha Pop

War Machine (2017), por Juliana Zanezi

Olá, pessoal! Um pequeno aviso antes de você abrir a página: estreio aqui duas coisas que eu queria fazer há um tempo. Primeiro: a seção de resenhas do site, chamada Resenha Pop! Não vai ter periodicidade nenhuma, vai ser de um jeito bem livre e eu vou fazer do jeito que eu quiser. E, por isso mesmo, temos aqui a primeira colaboração do site, da minha grande amiga, companheira e colega de faculdade: Juliana Zanezi!

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Filmes

La-La Land: a maturidade do amor

Escrevo esse texto a partir de algumas referências, tanto pessoais quanto propriamente textuais. A primeira delas, textuais, é o texto do Zizek que foi traduzido pelo Camelo na Agulha – que se pretende uma análise leninista mas, como todo bom trabalho zizekiano, acaba se tornando um grande líbelo lacaniano. As referências pessoais, incluem: casais próximos que se dão muito bem, casais próximos que estão/estavam em crise, e dois relacionamentos próprios que acabaram mal.

Com isso em mente, e aproveitando que re-assisti ao filme, decidi escrever isso. Pensando nisso – anteriormente a ler o texto do Zizek, que foi o estopim para vomitar no papel tudo o que estou pensando -, cheguei à conclusão de que La La Land é um filme que foi muito subestimado pela crítica, principalmente quando a mesma coloca em Sebastian o grande fio condutor da trama. Mas, chegaremos lá.

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